Há um tipo de desperdício muito comum nas instituições de ensino e pouco debatido: o desperdício de diferencial.
- Cibele Schuelter
- 13 de jun.
- 2 min de leitura
É surpreendente a quantidade de cursos com propostas pedagógicas sólidas, disciplinas inovadoras, estágios bem estruturados, projetos de extensão relevantes, professores premiados, alunos com desempenho de destaque e notas excelentes nos processos avaliativos do MEC. São muitas as instituições que atingem níveis reais de excelência acadêmica. Mas pouca gente sabe. Especialmente o que chamamos em marketing de o público alvo.
Esses diferenciais acabam escondidos. No máximo, ganham um post pontual nas redes sociais, com uma imagem pouco trabalhada e uma legenda genérica. Falta consistência. Falta método. Falta marketing educacional estruturado.
E quando falamos em marketing, não estamos falando apenas de estética ou visibilidade pontual. Estamos falando de estratégia. De um plano bem definido que começa com a ampliação do alcance. Ou seja, fazer com que a marca seja descoberta por mais pessoas. E a partir daí, desenvolver ações de posicionamento, engajamento, relacionamento e construção de pertencimento com os alunos atuais.
Um plano de marketing não se sustenta sem uma estratégia comercial à altura. E isso inclui ter uma proposta única de valor clara, um catálogo de cursos estruturado, canais de aquisição bem definidos, uma equipe preparada, metas claras, KPIs consistentes, CRM em operação, rotinas estabelecidas e um processo de vendas monitorado com base em dados.
O desafio está no fato de que muitas instituições ainda enxergam a venda como algo desconectado do fazer educacional. Existe um certo desconforto em tratar a captação de alunos como uma atividade que exige organização comercial, acompanhamento de indicadores e metas de desempenho. Mas a verdade é que sem marketing e sem vendas, não há sustentabilidade. E não há expansão. Sem marketing e vendas não há alunos. E você pode ter a melhor Faculdade do mundo. Mas ela não funcionará sem alunos.
Marketing exige método. Clareza nas atribuições. Processos contínuos. Uso de tecnologia. E principalmente: disposição para contar boas histórias e transformar diferenciais institucionais em argumentos de valor para um público JOVEM, que fala e interage com uma comunicação que em nada tem a ver com a linguagem de projetos pedagógicos formais.
A excelência acadêmica é necessária, mas não é suficiente. Se ninguém souber o que a instituição tem de melhor, o impacto desse trabalho será limitado.
E o mais curioso é que há muitas joias escondidas no ensino superior brasileiro. Está mais do que na hora de trazê-las à luz.
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