As instituições de ensino reclamam que o aluno não responde, não atende a ligação. Mas será que realmente sabemos com quem estamos falando?
- Cibele Schuelter
- 7 de abr.
- 2 min de leitura
A Geração Z é frequentemente vista como distante, desinteressada e dispersa. No entanto, será que estamos nos comunicando da forma certa? O recente estudo do Grupo Waffle, com 15 mil respondentes, mergulhou no universo dessa geração e revelou algo importante para o setor: eles querem estudar. A questão não é se a educação importa, mas como ela se encaixa no estilo de vida deles.
A pesquisa mostrou que 79% das mulheres de 19 a 22 anos e 59% dos homens da mesma idade consideram a faculdade essencial. Mas então, por que tantas instituições enfrentam dificuldades para captar e engajar esses alunos?
O problema pode estar na forma como tentamos conversar com essa geração. A Geração Z não se encaixa em um molde único. Eles vivem por “eras”, adotam identidades temporárias e transitam entre diferentes interesses e aspirações. O estudo identificou quatro grandes subgrupos, separando-os por idade e gênero, o que reforça a necessidade de personalizar a comunicação.
Outro ponto crítico: o medo e a ansiedade são realidades profundas para essa geração. O maior medo deles? A solidão. E a ansiedade é uma constante, principalmente para as mulheres entre 23 e 27 anos, com 82,6% relatando sintomas ansiosos e 37% com diagnóstico clínico. Entre os principais gatilhos estão as incertezas financeiras e os problemas nos relacionamentos.
Se a instituição de ensino ainda acredita que uma ligação vai resolver a conversão, talvez seja hora de repensar. Essa geração está conectada, mas não da maneira tradicional. O estudo revelou que eles passam entre 4 e 7 horas por dia nas redes sociais, sendo que Instagram e WhatsApp são os canais mais utilizados. Se o objetivo é captar alunos, talvez a abordagem devesse começar por onde eles estão e da forma como preferem consumir informação.
Eles priorizam a autonomia no trabalho, valorizam amizades como suporte emocional, querem dinheiro mais do que fama e estão sempre cansados: 99,5% relataram cansaço em algum momento, e 40% das mulheres disseram se sentir exaustas a maior parte dos dias. Se queremos dialogar com essa geração, precisamos entender sua realidade antes de insistir em estratégias que já não funcionam.
A Geração Z quer aprender. A pergunta é: as instituições estão dispostas a aprender a falar com eles?
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